28 de dezembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Natal da familia em 2009

Natal 2009


Rita Seda



A cada Natal amo mais ainda minha família. Se não fosse ela, o que seria da minha vida? Sem meu esposo, sempre solícito e atencioso, maestro exímio dos concertos familiares? Sem meus queridos filhos, genros, nora, netos, bisnetos, personificação do Menino de Belém?

Sem o bebê que ainda não sabemos nem o sexo, mas que veio do Recife no ventre da mãe, acompanhado do pai orgulhoso (no bom sentido), e que é o Jesus Cristinho deste ano?

Sem o alarido dos netos adolescentes e sua turma, a ternura da neta mais nova, que é só sorrisos?

E da bisneta de cabelos encaracolados, agarrada ao pescoço do pai careca, sempre risonho e que ganhou uma peruca do amigo secreto? Só que a peruca não adiantou nada: é de palhaço!!! Careca outra vez...

Presente maravilhoso ver filhos e netos dirigindo-se ao Santuário para celebrar com a Eucaristia, junto a padroeira, o Natal de Jesus.

Sem as brincadeiras do Ivon na Net e saber que até o Monsenhor José gostou de nos ver dançando alegres?

Isso é Natal! É ter uma imagem do Menino Jesus de 50 anos, encardida, faltando pés, nariz esfolado, mãozinhas estragadas, de tanto os filhos, e netos acariciar...e às vezes derrubar!Mas que é companheira de tantos anos... E ganhar outro, do mesmo tamanho, lindo, perfeito, de material moderno, por delicadeza de filho e nora.

É ver homens e mulheres correndo daqui pra lá e de lá pra cá para ajudar na preparação das iguarias e organização da casa. Pudera! Gente saindo pelo ladrão! Que delícia!

Só me lembro de ter acendido as lâmpadas da árvore de Natal para testar,quando as coloquei... Estão apagadas!!! E percebo, feliz: a luz emana do coração de cada um de nós. Que a fomos buscar na Eucaristia. Viva Jesus!
27 de dezembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto
18 de dezembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Receita deliciosa - Brigadeirão

Esta receita é uma homenagem à Silvinha, grande amiga, a quem muito admiro.

Espero que vocês gostem e façam logo para experimentar.


Uma sobremesa deliciosa e superfacil




É um brigadeirão. Deve ser feito de véspera para gelar. Sei que vão adorar...



Ingredientes:

1 lata de leite condensado

1 lata de creme de leite sem soro (é só gelar...)

3 ovos

3 colheres de chocolate

1 colher de manteiga ou margarina.



Modo de fazer:

Colocar numa panela o leite condensado, as 3 gemas, a manteiga ou margarina, o chocolate.

Em fogo regular, mexer com colher de pau até dar ponto firme de brigadeiro.

Deixar esfriar.

Enquanto esfria, bater as claras em neve, tirar o soro do creme de leite.

Estando frio o doce, misturar as claras e o creme de leite, vigorosamente.

Colocar na vasilha em que irá servir, tampar e gelar.



Se quiser dobrar a receita, só não dobre o número de ovos, aumente apenas um.

Reflexão

A você que tema paz e a você que ainda não a tem...




Reflexão –dia 17/12/2009


Rita Seda



Como é complexo o coração da humanidade!Ele pode se ferir num brevíssimo espaço de tempo e...por nada! E ainda colocar a culpa em outra pessoa. Consegue projetar o que já lhe está fazendo mal nas palavras ou atos de alguém que nada tem com a história. Não entendo bem dessas coisas, mas parece uma fuga, ou um modo de se livrar da culpa. O único meio possível para estabelecer a paz num momento desses é deixar passar e entregar nas mãos de Deus. Depois, esclarecer, conversar. Nada como a transparência, a abertura da alma, exposta com amor. Neste tempo de expectativa das festas natalinas parece que todos andam estressados, não entendem o que o outro diz, estão a um triz de explodir. Mas Natal não é uma dádiva de amor? O Pai nos enviando a ternura de uma criança, o milagre de uma gestação virgem, a aceitação de uma jovem e a doação de um homem que quase nada entendia do que acontecia em sua vida, mas esclarecido pelo anjo tudo aceitou? Então, por que a humanidade não se entende?

-Jesus, Sol da Justiça, nossa Luz e Esperança, envia o teu Espírito para que brilhe a tua Glória Salvadora e venha sobre o mundo em confusão , a Tua PAZ...
15 de dezembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Fim de ano (Ivon na administração do Hospital)

Às vezes recebemos missões com as quais nunca teríamos pensado. Mas elas vem e vem para ficar. Mesmo  repugnando, temos que engolir o "boi com chifre e tudo". Deus facilita tudo, quando demonstramos um mínimo de boa vontade...


Fim de ano


Rita Seda



-Bença, mãe!

-Deus te abençoe, minha filha!

-Como estão em casa?

-Tudo bem, estou aqui sozinha...

-Onde foi o papai?

-No hospital.

Num grito abafado:

-Que é que houve com ele, mãe?

-Você se esqueceu? Ele está trabalhando lá.

- Ah! Que lerda que sou, mas a preocupação com vocês é tanta que levei um susto!

Assim, aos poucos os filhos e netos foram se acostumando à idéia de Ivon estar, interinamente, administrando o Hospital Antônio Moreira da Costa. Em seu aniversário, dia 14, já ligaram diretamente para o celular. Eu é que ainda não me acostumei. Pudera! Já passei a fase de ter que esperar marido para as refeições, lanches, Missas, saídas juntos, compras, etc. Por outro lado, sei que ele está fazendo um trabalho voluntário importante para nossa cidade. E, também, que ele não pode negar a sua colaboração a essa equipe que está tentando colocar nosso hospital nos trilhos. Seria impossível se ausentar num momento em que todos contam com todos. Equipe coesa que poderíamos chamar de turma do bem. Estão de parabéns! Todos visando um só ideal: colocar em funcionamento ideal o nosso Hospital. É hora de sacrifício para todos os envolvidos. E esposa é para todas as horas, foi isso que prometemos há 50 anos. Então, caminhamos juntos em mais essa empreitada da vida.

Os sacrifícios acontecem para purificar-nos. Para testarmos se temos fibra. E que tiremos proveito das potencialidades com que Deus nos dotou. Ivon recebeu, neste começo de ano, precisamente no dia 5 de fevereiro, a graça da chance para viver mais um pouco. Agora, no fim do ano, ele recebeu uma missão que consiste em se doar, doar um pouco do excedente em vida que Deus lhe concedeu. E com aquele seu modo, que todos conhecem, ele tem atendido as pessoas com um pouco do desvelo com que também foi atendido em sua doença. Já lhe falei que ele tem feito, no trabalho de agora, papel de sacerdote, psicólogo, pai, filho e amigo.

Está fazendo a sua parte no contexto atual do problema. Nós, a família, apoiamos.

Muitos não compreenderão e farão críticas. Isso não importa. E Ivon nem espera reconhecimento. Ninguém precisa ser reconhecido por fazer as coisas certas por amor a Deus. Assim, podemos saborear a espera daquele que vai chegar no Natal outra vez, na figura de uma criança, mas que já está aí, em cada ser humano. Neste fim de ano, especialmente nos doentes que buscam o socorro e todos os que fazem parte do nosso Hospital.

Feliz Natal, meus queridos leitores, meus amigos, minha gente!

E um Ano Novo com um Hospital restaurado, para melhor atender.



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11 de dezembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Receita :Arroz de Natal

Esta receita de arroz fica uma delicia e é muito facil de executar. Em meia hora fica pronto. Você vai brilhar neste Natal preparando este prato. Esta receita serve bem umas 10 pessoas.

Arroz de Natal para sua ceia

É delicioso e vai bem acompanhando carnes e aves assados.

Ingredientes:

3 xícaras de arroz cozido e temperado como de costume.

½ xícara de castanha do Pará triturada

1/2xícara de uvas passas brancas sem sementes

A mesma medida de passas escuras sem semente

½ xícara de nozes trituradas

½ xícara de damasco picado

½ xícara de rum


Modo de preparo:

Coloque as uvas passas no molho de rum por uma hora, escorra bem e reserve.
Junte a castanha, as nozes, o damasco e as uvas passas ao arroz ainda quente. Mexa bem, junte uma colher de queijo parmezão ralado grosso. Mexa outra vez e sirva enfeitado com salsinha e cebolinha picados bem miudinho.
9 de dezembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Deu a louca no clima

Estamos mofando com tanta chuva... Sol! Onde escondeste? Vem salvar nosso planeta que sofre tanto pela tua falta! As frutas estão caindo, apodrecendo, os campos alagados e as plantações mortas. Vem, sol!


Deu a louca no tempo


Rita Seda



Nunca se viu tanta catástrofe provocada pelas chuvas. Elas sempre foram benvindas. Quando faltavam, a gente fazia procissão e orava ao pé da cruz pedindo que chovesse. Quem não conhece a moda caipira Pingo dágua? Música sentida que expõe perfeitamente o problema de quem vivia da lavoura e sofria com a seca.

De uns tempos para cá as chuvas não estão dando trégua. Precisamos rezar agora pedindo que ela pare de fazer estragos.

Também, pudera! O crescimento desordenado das cidades, aliado ao aumento da população, ao vai e vem dos veículos com seus gases poluentes, ao lixo indevidamente armazenado, sem falar em fatores muito mais agressivos.

O clima foi agredido e quem mais sofre, no Brasil, são as famílias que são obrigadas a construir seus barracos nas proximidades das encostas ou pendurados nelas.

Quando vi as enchentes em Santa Catarina até me consolei pelos danos causados por aquela que no ano dois mil nos fez sofrer tanto.

Lembro-me que em Belém do Pará a vida do povo tinha íntima ligação com a chuva que caía invariavelmente em certa hora da tarde. Depois (ou antes) da chuva resolveremos tal compromisso, era assim que se marcava...

Eram célebres as enchentes das goiabas em nossa região e a música Águas de Março ficou na história. Agora? Acabou-se a certeza do tempo. Não há mais estação definida. Temos que ficar é de olho vivo para não sermos pegos desprevenidos pelo perigo que cai do céu!

Quem inventou de calçar ruas com asfalto fez muito mal. Impermeabiliza o solo e lá vem enchente! Sem falar do asfalto realizado com miséria de material que está constantemente se abrindo em crateras.

Não mais podemos ter árvores enfeitando e refrescando a cidade, pois quando a chuva vem com vento forte arranca-as fazendo aquele estrago que aqui vimos ano passado. Além do mais não são plantadas com conhecimento do assunto e suas raízes levantam o solo provocando rachaduras, tirando a beleza das ruas e praças, expondo-nos ao perigo.

Tem conserto? Vai depender das atitudes inversas àquelas que trouxeram os problemas. Se os interesses econômicos dos governantes continuarem a falar mais alto do que a razão, não podemos ter esperança. Mas esperemos milagres... eles acontecem!
8 de dezembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Diante do presépio


Neste tempo em que tudo sugere Natal para nós que cremos, estou postando umas considerações sobre o presépio. Depois de ler coloque as suas também... Obrigada! 

Diante do presépio


Rita Seda



De quê fala o presépio para você?

Se pudéssemos assentar e conversar, quantas imagens diferentes, porém todas igualmente belas, brotariam...

Uns falariam do Menino Deus que veio ao mundo para nos salvar.

Outros lembrariam a enormidade do amor de Deus ao enviar seu filho ao mundo (Jo3,16 ), em missão tão grandiosa, mas que começa com tamanha singeleza... Cá pra nós, não poderia ter passado menos provações? Até o verso mais conhecido e cantado no natal, diz: “pobrezinho nasceu em Belém”.

São Francisco de Assis, na Itália, entre as montanhas de Greccio, no ano de 1223, por muito amar “o amor que não é amado”, num feliz arroubo, realizou com figuras reais, a primeira representação do presépio. Uma gruta ornamentada com palha, feno, ervas e plantas, iluminada com candeias de azeite, serviu para lembrar a bíblica lapa de Belém. Naquele local, à meia noite, iluminados por tochas, os camponeses participaram da Santa Missa de Natal, com homilia do “poverello” (assim se denominava Frei Francisco: “o pobrezinho”...).Dizem que pela sua santidade, veio o Menino colocar-se em seu colo à meia noite. Que presente! Um jumento e um boi, animais que, com seu bafo aqueceram Jesus, estavam presentes. Segundo o profeta Isaias esses animais definem a indiferença dos homens perante o acontecimento divino. O presépio de São Francisco passou a outras regiões da Itália e espalhou-se pelo mundo.

Outros lembrariam com carinho a Virgem Maria, agraciada com a sublime e terna missão de trazer ao mundo e cuidar do Salvador. E os anjos, essas figuras celestes que vieram dar a notícia aos pastores e dar glórias ao Senhor? São José, os Reis Magos, são parte integrante e bastante importantes na lapinha...

Quanto e que maravilhas teríamos a refletir!

Mas, eu vou lhes confessar: o verdadeiro sentido do presépio, custou a me alcançar. Quando menina, havia o sagrado costume de visitar sete presépios, em sete diferentes casas, rezar e depositar uma ou duas moedinhas. E era inevitável que se comparasse uns com os outros... Aquele tem uma relva de um verde tão brilhante,nem parece arroz, plantado há poucos dias! Aquele outro tem um lago feito de espelho, com dona pata e os patinhos de celuloide, tão perfeitos que parecem de verdade! E aquele que tem monjolo movido a água, de verdade? Viram o galo em cima da gruta? Por que será o galo? _Bem, vamos indagar! E por sobre as raspas de madeira, as barbas de pau, serpenteavam os caminhos por onde, no dia 6 de janeiro, chegariam os três reis. Achavam-se cada dia mais perto do Menino, pelas mãos espertas das mamães...Os carneirinhos pastavam por toda a área, sempre acompanhados dos pastores. Meus olhos se entretinham mais com o pastor que tocava a flauta. Parecia ouvir a melodia!

Não sei quanto tempo durou o fascínio. Naquele tempo imaginava que o povo mau não recebera Jesus Menino; me indignava! mas como era romântico! Se não fosse assim, como teríamos o presépio?

Também nem sei quando é que percebi o verdadeiro sentido do presépio. Quando é que a pobreza que eu ali chorava se transformou em lição de simplicidade. Em manifestação da sua cumplicidade com os humildes da terra, que, às vezes, só após nascidos, ganham por caridade, um modesto enxovalzinho da dona Maria, que por sua vez, arrecada com as colegas as peças

umas novas, outras usadas e as vai doando aos recem-nascidos Jesuscristinhos. Por que mãe pobre tem tantos filhos?

Sei não, mas muitas vezes acho que esse menininho sabido, quer é começar a salvar o povo a partir da lapinha, de onde apela por um leito fofo em cada coração! Já pensamos nisso?
6 de dezembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Cascavel caso verídico

Cascavel


Rita Seda



Fomos visitar um amigo que se encontrava doente e conhecemos um senhor que também o visitava. Devia ter uns sessenta anos, cabelos grisalhos, fortinho de corpo. Conversa vai, conversa vem, contou-nos que há alguns anos foi picado por uma cascavel. Tem um sítio, onde faz plantações de milho, mandioca, frutas, hortaliças, legumes. Certo dia, calçou seu sapatão de couro, enxada ao ombro, foi capinar o mandiocal. Sabia, é claro, que as cobras gostam muito dali, principalmente quando o mato está alto...conforme estava. Sempre foi muito corajoso, sempre fez a capina nesse local, não estava nem preocupado com cobra. É isso que dá!Não havia dado meia dúzia de enxadadas, sentiu a picada logo acima do sapatão. Olhou para a perna e lá estava, pendurada, a danada! Sua reação primeira foi balançar a perna na tentativa de expulsá-la. Para seu espanto a danada não arredou dali antes que esgotasse todo seu veneno! Caiu e ficou estirada no chão como se fosse um pedaço de bambu. Sem se mexer...Disse ele que chegara sua vez: com a lâmina da enxada matou-a de um só golpe e colocou-a em um balde. Isso feito, saiu a contar à esposa o ocorrido, pediu-lhe que ficasse com as crianças e rezasse para que ele voltasse vivo. Entrou no Fusca, com balde e cascavel.

Passou na casa do compadre Juca, contou-lhe o acontecido e este já entrou no carrinho para acompanhá-lo até o Hospital mais próximo. Como não havia o soro antiofídico, saíram rapidamente para outra cidade, distante vinte e cinco quilômetros.

O compadre queria dirigir, mas ele teimosamente, já sentindo a vista fraca, continuou firme na direção.

No hospital foi logo atendido, colocado na cama e o médico perguntou:

-Tem certeza que é cascavel?

Ao que ele ainda respondeu:

-Veja o senhor mesmo o que o compadre Juca tem ali naquele balde.

E perdeu os sentidos. Disseram-lhe que acordou quatro dias depois. Ao abrir os olhos viu umas bonequinhas de branco andando pelo quarto, conversando como gente grande... Mas tinham um palmo, se tanto! Quando se sentiu capaz de soltar a voz, perguntou:

- Que bonequinhas são essas de branco por aqui?

- Ora, somos enfermeiras, cuidamos dos doentes como o senhor.

Lembrou-se então da vista turva, da cascavel e adormeceu pensando que nunca mais veria as pessoas normalmente.

Terminou o relato dizendo que ainda precisou de tempo para recuperar a visão. Ficou com alguma seqüela, enxerga menos, mas ainda trabalha a terra. No entanto, se depender dele, mandioca ninguém come! O mandiocal? Soltou as vacas para acabar com ele, mas acabou foi com uma de suas melhores leiteiras... picada por uma cascavel. Que desperdício! Ainda hoje chora a perda. Mas termina a narrativa, entusiasmado:

-Antes a vaca do que eu, né?
29 de novembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Apagão na Cachoeirinha

Apagão na Cachoeirinha


Rita Seda





Obstinação foi o lema desse dia. Um final de semana em que pretendíamos descansar da cidade, da internet, dos afazeres de casa... Combinado com antecedência e os dois, querendo muito, Ivon foi organizar o carro e eu, os apetrechos para levar. Voltando, foi logo me apressando: tá tudo pronto, já abasteci a Belina, calibrei os pneus. Vamos carregar o carro. Num instante, tudo pronto. Mas, esse tal mas!... um pneu não segurava o ar. Tinha algum defeito. Tenta daqui, tenta dali, tira a carga, pega o empoeirado estepe

- Que é isso no estepe? Um remendo e... ele está soltando. Ficou sem uso tempo demais...Não dá para procurar socorro agora.

.- Vamos no Palio? Passa que passa sacolas com roupas, comidas, congelados.

-Mas como as horas passam!Já é hora do almoço e eu estou com uma fome danada!

-Bem, vamos almoçar “Na Lenha” e de lá seguiremos.

Dia de formatura da ETE. A cidade pulula de formandos, pais, amigos, namorados, parentes. O restaurante está lotado. Pegar a comida foi fácil. Mas a garçonete nem ligou para nosso refri...

Ivon ficou uma arara. Chamou a moça, passou-lhe uma educada descompostura, se é que existe algo assim e foi dar queixa dela à gerência.

Tudo bem, não vamos desistir da chácara, embora chova sem parar!

Até aqui tudo foi festa...comparado ao que veio depois. Chegamos e o alarme ficou calado e apagado.

-Que será que aconteceu?

Entramos (em nossa chácara se entra pela cozinha) e ela estava repleta de maritacas, gritando feito colegiais saindo de férias e o chão, repleto de seus dejetos... Ivon se armou com uma vassoura e rodopiava tentava tirá-las de lá. Abri outra porta, tomei de um espanador de teto, daqueles de cabo comprido e fui ajudar. Conseguimos!!! Mas nos xingaram muitíssimo em sua linguagem estridente. Foi então que notamos a falta de energia total. Examinamos os fios _maritacas adoram comer as capas dos fios..._ nada de anormal.Ligar para saber notícia da energia? O telefone celular estava no seu posto, mas descarregado... E como recarregá-lo? Foi nesse ponto que Ivon notou que esquecera de trazer seus remédios de uso diário para o coração.

-Você vai buscá-los, mas eu ficarei limpando este chão. Vai precisar de muito detergente. Aproveita e liga para a CEMIG.

Ao voltar, a notícia dada pela atendente: não há previsão de restabelecimento de energia!

-Mas eu trouxe velas...

-Bem, eu já vi as orquídeas que queria ver, estão lindas, já limpei a sujeira das maritacas, acho bom ir embora para a cidade.

-Vamos fazer um café enquanto é dia?

-Na maquininha de capuchino? Sem eletricidade?

-Ufa! Tem razão... Faço no fogão. Vamos assar pão de queijo, pão de alho, esquentar um leitinho e depois a gente vai embora.

Café tomado, a casa se ilumina como por encanto.

-Apagou, outra vez...

-Estão de brincadeira, isto sim!

E era verdade. A energia voltou, (já eram seis horas...), fomos rezar o Ângelus diante da imagem de N.Sra. das Graças de sua gruta, e depois rezar o terço, sentados, cansados, mas felizes, pois vencemos UM DIA DAQUELES!

Apagão na Cachoeirinha

Um fim de semana diferente.

31 de outubro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Cozinhar é bom e faz bem!

Este texto é para ajudar a você em uma emergência. Mas serve também para o seu dia a dia... Assim pode treinar e ficar mais confiante quando precisar! Bom apetite!

Cozinhar é bom e faz bem!




De última hora alguém avisa que vem almoçar e você não imagina o que poderá servir?

Vou ajudá-la.

01- Faça uma salada (rúcula com as folhas inteiras ou cortadas à mão, só ao meio, alface americana rasgadinha, tomates cortados em rodelas, abacaxi, manga, palmito, azeitonas e o que mais desejar). Deixe o tempero aos cuidados de quem vai comer... Coloque na mesa azeite, vinagre, sal,molho shoyo, rosè, o que tiver à mão. Saudável e bonito. Se gostarem, sirva pão francês em rodelas. Não leva mais que alguns minutos.

02- Arroz branco ou bem colorido, com passas, milho verde, vagem. Cubra o arroz, ainda na panela, com o fogo já desligado, com salsinha e cebolinha frescas, picadinhas. Rápido também e todos amamos.

03- Não dá tempo para cozinhar o feijão? Se for mesmo muito necessário servi-lo e tiver uma sobra na geladeira, aproveite e faça, com bacon, cebolinha e cheiro verde um delicioso tutu.

04- A carne? Você não vai acreditar enquanto não

experimentar e ver que resultado!

Escolha uma peça de picanha ou de filé mignon.

Se não tiver em sua despensa providencie uma embalagem de creme de cebola, uma de pomarola ou similar e uma latinha de cerveja preta.

Prepare carne como de costume e salgue , mas pouco.

Numa panela de pressão coloque duas colheres de óleo e deixe esquentar. Sele nesse óleo a peça de carne dos dois lados. Estando dourada, coloque delicadamente os ingredientes acima, ajeite a carne, tampe a panela com sua tampa de pressão e marque meia hora, no máximo. Abra a panela e, com o garfo, veja que maciez. O molho que se formou é pura delicia!



Pronto! Seu almoço ou jantar está no ponto!

Sobremesa? Que tal goiabada com queijo, pêssegos em calda com creme de leite ou outra coisa que tiver em casa? Afinal, ninguém é de ferro, né? Depois ensino umas sobremesas muito rápidas também. Aguarde...
19 de outubro de 2009 | By: Rita Seda Pinto
Alegria total! A família está crescendo...Letícia e Luis, avós! Luisinho e Dani, tios... E eu e Ivon, novamente bisavós! Que maravilha! Contagem regressiva ja começou...


A família está crescendo...
Rita Seda


No sábado, dia 17, uma notícia maravilhosa explodiu em nossa família: ela vai crescer! Luis e Letícia vão ser avós! Paty e Bruno encomendaram um bebê. Já são 4 semanas de gestação. Pouco? Nada, se considerarmos que tudo que se espera passa muito rápido. Logo estaremos vendo um rostinho e nos perguntando: -Com quem se parece? Com o pessoal de Recife ou com os daqui?
A internet é mesmo uma invenção fantástica: o avô paterno ficou sabendo da novidade na Venezuela ao mesmo tempo que o tio único, na Suécia e o resto da família espalhada por este Brasilzão!
E a festa foi assim internacional. Uma festa em que todos vibraram, cada um de sua casa! Estou até com uma pontinha de inveja dos avós que moram no Recife. Para falar a verdade eu me senti até...roubada!
O que resta para a bisa é começar a desenferrujar as mãos e tricotar e bordar lembrancinhas e roupinhas em amarelo ou verde, pois até saber se é azul ou rosa, ela não segura a ansiedade.E pode não dar mais tempo!!! Além disso, quando nasceram os meninos lá no Canadá, o ultra-som acusou menina, ela fez tudo rosa e nasceu...menino! Surpresas acontecem!Lembra-se Luis Carlos?
Agora, só sei que a família vai crescer outra vez, exatamente quando a mais linda bisneta do mundo faz dois aninhos.
Na verdade, para todos da família uma criança cuja gestação é anunciada traz uma renovação da nossa esperança. Que bom seria que todas as criancinhas que estiverem por nascer fossem festejadas com antecedência e encontrassem um mundo de amor para recebê-las. Que as mulheres estivessem todas conscientizadas de que a criança é um dom de Deus, não nos pertence, é apenas emprestada a nós para cuidarmos dela... Para darmos aquele amor que Deus já colocou no coração de todas nós quando nos destinou à maternidade. A vida já apresenta tanto sacrifício se somos inseridos numa família equilibrada, que será de quem não a tem?
É por isso que eu relato aqui nossa alegria por esta expectativa que será a grande bênção de 2011 como foi em 2008 a chegada de Yasmin. Obrigada meu Deus!
6 de outubro de 2009 | By: Rita Seda Pinto
29 de setembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto
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O caroço (uma poesia da minha infância)

O caroço
Bastos Tigre Uma poesia da minha infância

Eu comi ontem no almoço
A azeitona de uma empada.
Depois botei o caroço
Sobre a toalha engomada.

Mas mamãe que tudo nota
Me ensina com carinho:
O caroço não se bota
Sobre a toalha, meu benzinho.

Toda pessoa de linha,
Educação e recato,
O osso, o caroço,a espinha,
Põe no cantinho do prato.

E eu, depressa lhe respondo:
Mas mamãe, repare bem,
Meu prato é todo redondo,
Cadê cantinho? Não tem!

29/09/2009
23 de setembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Ipê criança

Isso que é impaciência, dona Rita! Deixa o pobre coitado viver a infância serenamente!!!




Ipê criança

Ipê menino,
Ipê criança...
Olhe para seus irmãos:
Todos floridos,
exalando estonteante perfume
e dourando copadas e gramados...

Só você está verdinho, verdinho,
Sem saber que é hora de se despir do verde
E se cobrir de outra cor!

Ainda não deves saber!
A mãe natureza espera o momento certo
Para lhe dizer...

Mas eu sou impaciente, meu ipê criança!
Eu plantei você e acho que já é hora,
Sabe de que?
De lhe contar que você tem uma cor diferente da deles...
Você, meu ipê menino
Tem nas flores a cor branca do véu de Maria.

Vê se acorda, vê se cresce,
Estou ansiosa para ver você,
Ipê menino, recoberto do mais puro branco
E perfumado véu de Maria...
A primavera está aí!


Tapera

Tapera...
Rita Seda

Você passa pela estradinha sinuosa, sem calçamento e quase não olha para mim. Já se acostumou com minha presença ...Com minhas paredes arruinadas, meu telhado arriado, telhas e telhas caídas e quebradas. Minhas pequeninas janelas fechadas, mostrando um restinho de tinta azul...Se observasse veria que pés de fumo e outros vegetais que germinaram espontaneamente tomando conta do espaço que era quarto,cozinha, sala... Eu sou um amontoado de tijolos, telhas e madeiras podres, expostas ao tempo e faz tempo... Se parasse e entrasse, ou apenas olhasse para dentro de mim, veria o velho fogão de lenha, também carcomido pelo tempo, mas seus restos choram por mãos que um dia ali trabalharam fazendo o alimento de uma família. Fervendo o leite para a mamadeira do pequenino, o café e a merenda do esposo, de saída para a roça. Ou a marmita, ainda à luz da lamparina, para que ele comesse no serviço. Já tive uma sala, quartos, onde viveram momentos de felicidade marido, esposa e filhos...Momentos de carinho, de apreensão, de doença, de nascimento, de visitas, e do fim de um amor. Fim sem tragédia, sem briga, sem despedida. Embora dolorido pela traição. Abandonaram-me. Um para um lado, outra para outro lado, com os filhos... Deixaram para mim as camas, as roupas, mesas, cadeiras, prateleiras, pratos e panelas. Até o crucifixo ficou pendurado numa das minhas paredes, ao lado da foto de casamento. Nunca mais ninguém voltou, sequer para fechar a porta, que ficou escancarada e o vento fechou apiedado da minha dor.
Nada levaram. O tempo e os bichos estão destruindo tudo, Até eu... Sou uma casa fantasma que leva o estigma da traição. Um deslize que tudo encerrou, quase sem discussão. E eu? Ninguém me quis, ninguém voltou aqui, que fiz de errado? Eu, com eles, era tão feliz! Preferia que me desmanchassem, plantassem flores neste meu lugar, deixando de existir, cairia no esquecimento total, nem meus tijolos se lembrariam mais que um dia eu existi.

Quimera

Quimera

Eu vi o sol nascer sem ajuda alguma.
Seus raios brilharam e clarearam a terra.
Tudo que havia estava à mostra, escancarado,
E eu pensei: que lindo!

Ouvi do bem te vi o canto animado...
Bandos de maritacas voando apressados
E gritando, matracando, tudo acordando.
E eu achei tudo aquilo lindo!

Despertas pelo alarido, de passarinhos aos bandos,
os ares cortando, como ágeis flechas
gritou a siriema que quebrou três potes
e eu me encantei por tudo aquilo lindo!

Olhei o Ipê e o vi quase desnudo,
se preparando para se cobrir de ouro
e reinar por sobre o campo ora tão seco.
E eu pensei que o amanhã é lindo!

Das coisas lindas que acontecem hoje
em devaneio podes ver o amanhã...
Se isto é sonho, quimera, não entendo,
mas tenho certeza: tudo ficará mais lindo!

Transparência

Transparência
Rita Seda


Sempre tive comigo uma filosofia de vida: ser transparente. Existe um ditado popular que diz:”Prefiro ficar vermelho um minuto do que roxo o resto da minha vida.” É nele que sempre me baseei. Não sabia bem o que é mais difícil, guardar as mágoas num compartimento sem chaves, do coração, ou resolvê-las na hora. Eu optei pela segunda. Se for para mostrar minha decepção eu mostro, se for para pedir esclarecimento eu peço, se for para pedir perdão eu peço.
Considero que é o melhor para mim, para dar-me a paz de consciência, que preciso, para continuar na presença de Deus, não ter que lutar para esconder-me dele, quando tenho mágoa ou vergonha. Ele vê tudo, é certo, mas tenho que ter um diálogo franco para que possa estar em paz quando me lembro que Ele me percebe sempre.
Se for preciso chorar eu choro, se é hora de rir eu rio,
Se precisar falar uma verdade eu falo e se for hora de ouvir uma reprimenda eu procuro ouvir e vestir a carapuça, como mamãe me ensinou. Afinal, por mais que a gente queira ser correta, sempre comete algum deslize.
O que considero burrice das grandes é guardar um sentimento e ficar acalentando o mesmo naquela gavetinha sem chave, acumulando mais dor, até que ali não caiba mais e então, sair distribuindo bordoadas sem sentido, por algo que não ficou esclarecido. Ressuscitar sentimentos não é o meu forte. Vivo cada momento com sinceridade e em intensidade, para que não venha a fazer mal a mim e a outros.
Mesmo assim, o coração é uma caixinha de surpresas e ainda posso, em conseqüência de uma reflexão mais detalhada, numa sessão de análise, ou diante de um fato novo, sofrer uma reação indesejada. Fico imaginando como seria minha velhice se eu deixasse todos os acontecimentos da minha vida sem solução na hora. Eu certamente viraria um bicho!
11 de setembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Lírios ou borboletas?

Plante um jardim! Além das belas flores você terá abelhas, passarinhos e borboletas.
E cores, movimento, mel e melodias!!!

Lírios ou borboletas azuis? Rita Seda


Amo os lírios, elegantes,
que aparecem tão lindos,
hastes e folhas esguias,
e as flores fascinantes!

Brancos como a pureza,
róseos claros e escuros,
lilases e alaranjados,
não há como ignora-los...

Mas, que vejo? Mil lagartas
nojentas e gulosas,
comendo flores e folhas!
Nada sobra dos meus lírios?

Não conte nada a ninguém,
Mas já pisei lagartas, matei,
espirrei jatos de veneno...
Com raiva do atrevimento!

Perdi a parada, nada sobrou
dos meus lírios perfumados.

Dias depois, não sei o tempo!
Miríades de borboletas azuis
executavam seu balé em outras flores...

Só então eu percebi:
foi mera metamorfose...
As flores que devoraram
se tornaram borboletas...

Os lírios? Voltaram um ano após
para virar jóias aladas de novo!!!
9 de setembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Briga de cão(zarrão) com gato preto


A pequena rua era uma anarquia só. A anarquia só não era maior porque o local nem era uma rua...era um beco!
Adultos e crianças gritavam ;o cão latia e o gato parecia eletrizado, os pêlos eriçados. Corria que nem doido, de um lado para o outro perseguido pelo cão e por uma mulher. O trânsito teve que parar na rua onde desembocava o tal beco de tanta gente curiosa que se juntara.... E, é claro, todos torciam pelo bichano e por aquela pobre mulher, enfrentando um cão enorme para salvá-lo. Alguém trouxe uma vassoura, mas esta quebrou, quase que imediatamente. Outro trouxe uma enxada, mas não pensava em acertar o cachorrão com a lâmina, sabia ele quem era o dono? Um animal bonito daquele devia ter um dono que o estimava... Outro trouxe água para espantar o gato. Errou a mão e caiu no cachorro. Só não foi mordido porque o animal estava muito ocupado, mas que recebeu um olhar comprometedor, garanto que recebeu. Foi para casa com a desculpa de guardar a lata dágua e lá ficou, se resguardando. Uma pobre coitada, para ajudar a vizinha, tentou passar-lhe um pedaço de madeira, mas ao fazê-lo levou uma mordida na perna que tirou-lhe um bom pedaço da roupa. Não sei se feriu a perna, mas pelo menos arranhar deve ter arranhado. Essa também , nocauteada pelo cão ,foi para casa, onde, além do mais recebeu uma reprimenda do marido que achava um verdadeiro absurdo entrar em briga de gato e cachorro...
O gato, embora pequeno, parecia um saci, enfrentando o cachorro e fugindo da mulher que queria salvá-lo . Não lhe dava a mínima . Só tinha olhos ouvidos , dentes e pernas para a briga.
Que estava interessante ,estava .Pelo menos era algo fora do comum naquele pedaço de chão onde quase nada acontecia durante o dia. À noite, aí a coisa já é diferente... O próprio nome do beco era efeito dos acontecimentos noturnos: beco do beijo. Mas, são passados tantos anos...Agora o nome até que merecia ser trocado, pois, quem se contentava em ir para o beco beijar?
Ora! Estou desviando o assunto e o assunto é a briga. E briga relâmpago : tudo passou em poucos minutos. A pobre mulher, suada, descabelada e vermelha, não conseguia pegar o gatinho e este já atingira o inimigo num olho, que sangrava. Mais enfurecido e, quem sabe? humilhado, ficou .o cão. Já nem latia, apenas atacava com a boca enorme, cheia de dentes da qual pendia uma língua arroxeada e enorme..
Foi então que uma garota de uns seis aninhos abriu uma janela da casa defronte e gritou bem alto:
_Mamãe, pra que você quer esse gato?
A pobre, esbaforida, olha para sua filha e a vê com o gatinho preto nos braços, toda tranqüila. Para a mãe deve ter sido um alívio, mas sua cara demonstrava muito mais espanto do que qualquer outra coisa.
Apenas disse, sem se dirigir a ninguém:
_Ué, este não é o meu gato, então!!!
E saiu cabisbaixa para sua casa.
Parece que a dona do espetáculo era ela, pois o gato aproveitou a brecha e pulou um muro e o cachorro, sem mais nada para fazer ali , botou o rabo entre as pernas e sumiu.

Agapantos

Agapantos

Só tinhas folhas...
Bastou uma chuva
(E nem foi tão farta...)
Para que tu, meu caro agapanto,
Fizesses irromper das entranhas
Teu botão elegante,
Parecido a uma lança,
Que num instante cresceu,
Doidinho está para se abrir
Em minúsculas florinhas
Roxas, azuis ou brancas...
Pra encantar o jardim.

Sem nenhum esforço teu,
Sem ajuda de ninguém,
Sem soprarem-te ao ouvido:
“é hora”! o milagre aconteceu...
Às vezes quedo-me assim
Observando a natureza
E o ritmo que Deus lhe deu.
A seu tempo tudo é vida,
Beleza, arte, esplendor.
Apenas isso não ocorre
Quando o homem, inconseqüente,
Põe seu dedinho ali...

Rita Sêda Pinto 14/10/2001
5 de setembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Bisavós corujas...


Yasmin é a bisneta que aparece na foto. É a alegria de nossa vida...

Retalhos de uma vida

Retalhos de uma vida
Rita Seda

Uma colcha de retalhos se faz com um pedacinho deste, outro daquele, daquele, outro... Cores variadas, alegres, estampas de flores, de bolinhas, estrelinhas, listradinhas, variadas! E o efeito final demonstra a arte latente no coração de quem o fez.
E vai vestir a cama com grande charme.
Na vida da gente vemos uma porção de retalhinhos também. Uns grandes, outros menores, uns coloridos, outros desbotados como dia sem sol. A vida alinhava com destreza nossos retalhos. Ela não para de costurar. Não usa tesoura, nem usa agulhas, mas emenda que emenda e nosso tecido vai ficando cada dia mais parecido com a colcha de retalhos.A grande diferença é que nos retalhos da nossa vida não há nenhuma simetria. Diferentemente da colcha não há um retalho igual a outro. Cada um mostra-se diferente, mesmo quando aparecem as mesmas personagens. Mudam as fisionomias, as posições, as brincadeiras, as emoções...
Cenas de dor são menos freqüentes que as cenas de descontração e alegria. Retratos de viagens, saudade de quem está ausente, de quem se foi e agora é só um retalho orvalhado de lágrimas na grande colcha da vida. Cenas de sofrimento, desilusão, ao lado de cenas coloridas de gargalhadas e abraços, carinho e abnegação. Esta, do aniversário, comparo à das estrelinhas da colcha da cama. A bem florida é com certeza cópia do nascimento de algum filho. Flores e cores. Pranto e riso se misturam e formam a combinação perfeita. Das traquinagens me recorda as bolinhas e as bolonas! E este abraço, meu Deus, parece o retrato de um anjo salvando de um perigo...As paisagens coloridas e brilhantes dão um toque especial, mas ao seu lado um buraco engole casas e carros e pessoas. Dá, certamente, arrepios. Outro retalho, com um grupo tão feliz respira riso e canto! Não falta ninguém querido, está completo. Será que a trama ficaria melhor repetindo apenas este retalho? Afeto, carinho, é tudo que o faz vibrar! Paro, penso, vejo outros e concluo: na trama da vida há de se ter as cenas variadas, para que haja mais sabor, perfume,beleza, encanto e, assim, seja completa. É complicada de se ver e entender, mas o viver, garanto, o ter vencido, foi bom demais.
17 de agosto de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Padre Marcelo Rossi

Padre Marcelo Rossi
Rita Seda


Gosto muito desse padre. Sempre que estou em São Paulo dou um jeitinho de participar de sua missa em Santo Amaro, na Avenida das Nações, no Santuário de Maria, Mãe de Jesus. E vivo momentos de verdadeira alegria.
Por que? Bem, primeiramente pela sua demonstração de Fé em Deus; por causa do seu modo alegre, descontraído e despojado. Mais? Pela obediência ao seu Bispo, Dom Fernando, que é outra pessoa com as mesmas características, os dois estão sempre de bom humor, de bem com a vida, acolhedores e ...simples.
Fazem que a gente se sinta verdadeiramente amados, abençoados e integrados em sua celebração, que é uma festa verdadeira. A celebração é impregnada de imensa piedade, que contagia os que ali estão.
Num barracão adaptado, sem beleza nem conforto, a gente é gente, é filha de Deus e irmã daqueles dois. Sentimo-nos amados por aquele povo presente, que nunca vimos e certamente não veremos nunca mais. Crianças que brincam, jovens que vibram, homens e mulheres compenetrados em seguir o ritual e muitos idosos. O sentimento que mais se sente naquele pessoal é a delicadeza, a afeição espontânea de uns para com os outros.
Não tem folheto para acompanhar música ou oração,
Mas logo a gente se familiariza com tudo, pois Padre Marcelo, além de padre, é um animador. Cantor ele não é. Pelo menos não está ali para cantar.
Ele leva o povão a rezar e a cantar. E quase sempre a chorar... As lágrimas são o remédio para os males do coração! Saímos dali curados, libertos, com mais alegria e vontade de viver e louvar nosso Deus. E sem dúvida, com uma pergunta dentro de si: Senhor Jesus, quando voltarei aqui?
Alguém já disse que sua Missa é uma Missa show.
Não concordo. É sim, uma celebração festiva, alegre, mas que vive perfeitamente todo as fases da liturgia católica. O diferencial é ter arte, entusiasmo e muita piedade. Mexe com o sentimento da gente.
Faz a gente sentir o que estamos celebrando, com palmas, com gestos, com a voz e com o coração.

Chuva e frio

Chuva e frio

Escolheste pra cair
Um dia frio demais...
Molhaste tudo, sem dó
E esfriaste inda mais!

Não tens pena dos mendigos
Que não tem onde dormir?
E das plantas, das colheitas
Que agora hão de vir?

Entendi! A natureza é que manda
Você cai onde ela quer!
E ela, pobre coitada,
Já não sabe o que fazer...

Os homens, embrutecidos,
E muito gananciosos,
Misturaram estações
Como quem bate os ovos!

Você fica sem saber
Se é tempo ou se não é.
Cai insegura, mas cai,
E salve-se quem puder!
Letícia Luis e Leo em Campinas




14 de agosto de 2009 | By: Rita Seda Pinto
Xô ! Passarinho!

Xô passarinho!
Desce já do meu ipê!
Aqui no chão coloquei
Comidinha pra você...

Pra que estragar os brotos
Das flores que sairão
E que encherão de alegria
Meu quintal e meu jardim?

Veja debaixo o que fez,
Estragou tanto botão...
Xô passarinho,
Não estrague as flores, não...

Se era falta de comida,
Pode fartar-se a valer!
Aqui tem alpiste, sorgo
E mais coisas pra você!

Veja que até coloquei
Uma vasilha com água,
Vem, tem dó,
Não me causes tanta mágoa...

Já começam a abrir
As flores amareladas...
Tenho até a impressão,
Que estão amedrotadas...

Xô passarinho!
Para isso, não venha aqui...
Vá-se embora, passarinho,
Não me magoe assim !!!
13 de agosto de 2009 | By: Rita Seda Pinto
Lírios ou borboletas? Rita Seda

Sou amiga de flores e de bichinhos... As flores a gente planta, os bichinhos vão aparecendo, atraídos pelo perfume e colorido!
Plantei uma boa quantidade de hemerocalis, uma espécie de lírios de diversas cores e floração abundante.
Todo ano, quando começam a produzir suas belas e provocantes flores, fico toda feliz admirando, fotografando,
analisando as cores e ansiosa para ver se houve alguma mixigenação. Nunca houve. Branco puro, rosa claro, rosa escuro,vermelho, lilás e amarelo ouro. Digo só, mas já é bastante...
São cachos enormes, com muitos botões, que vão se abrindo enquanto as flores mais velhas vão murchando e caindo...
Por esse motivo eles duram...
Ao mesmo tempo abrem-se os agapantos:brancos, azuis e roxos. Também lindos. Diferentes, uma bola de florezinhas originais.
Borboletas vermelhas, amarelas,lilazes,alaranjadas, brancas, multicoloridas e de diferentes tamanhos fazem a festa, beijando as flores num baile animado de coreografia livre,sem ensaio...Ao meio do tempo da época da floração notei que os lírios definhavam e acabavam em um montinho de folhas pegajosas. Entre triste e curiosa, examinei-os mais de perto. Milhares de lagartas as devoravam. A primeira reação foi buscar um vidro de inseticida e ataca-las. Surpresa!As plantas também morreram...Não dava conta de acabar com os insetos. Claro que fiquei muito triste, mas refleti no sinal daquele combate...Não seria eu a vencê-lo, solução: aceitar a derrota.
Algum tempo depois, notei a presença de borboletas azuis, enormes, aveludadas,enfeitadas por manchas brancas bem redondinhas e listas douradas. Um grito de surpresa escapou de meu peito, eram muitas. Foi assim que, sem precisar pensar muito, concluí que era o fim da metamorfose das lagartas que comeram os meus lírios...
E em todos os anos acontece a mesma coisa: alguns lírios, no princípio da floração dão o ar da graça e... curta-os quem chegar logo!
Depois, vem a comilância, a espera, e a agradável visão das rainhas das borboletas: as azuis. Jóias da natureza, de vida tão breve, que se não formos espertos, chegarão, passarão e só voltarão no ano que vem!
12 de agosto de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Orquideas

Orquídeas
Rita Seda

Não é mérito de ninguém amar orquídeas. Não tem como não notá-las e admirá-las! Elas atraem e encantam.
Neste fim de semana tivemos uma exposição dessas flores extraordinárias no Ginásio do Alcidão. E pudemos admirar espécimes lindíssimos.
A família das orquídeas é vastíssima, contando com mais de 25.000 espécies conhecidas. A rica exibição de formas, cores e perfumes, faz desse mundo vegetal uma atração, pelo exótico e fascinante porte, que a tantos apaixona.
Há mais de 3.000 anos, a Rainha de Sabá, indecisa quanto ao presente que daria ao Rei Salomão ouviu a sugestão: “Ao maior dos reis, leve um feixe de orquídeas!” Daí se vê que não é recente o fascínio despertado por elas..
Para muitos botânicos sua constituição morfológica é considerada como a mais perfeita do reino vegetal. Constitui-se basicamente de um rizoma, com gemas laterais, bulbos, folhas, raízes, flores, frutos e sementes. Apesar da grande variedade, todas as orquídeas possuem a mesma estrutura básica: 3 sépalas e 3 pétalas. As sépalas são mais estreitas do que as pétalas. O labelo é uma pétala especial, diferenciada das outras duas.No botão, o labelo fica no alto, mas quando a flor se abre ele faz um movimento de 180 graus, e fica embaixo.
Mesmo sendo bastante delicadas, elas têm um quê de selvageria, pois não exigem lugares especiais na natureza para crescer, aparecem em árvores, no solo, e até em rochas. Tenho algumas, que trouxe de uma pedreira, e que dão um cacho de minúsculas linda flores lilazes, nunca contei, mas entre as que caem de velhas e as que vão nascendo, apresentam uma centena a reinar por meio ano! O estranho foi que fiquei penalizada de deixá-la sobre pedra, instalei-a num grande vaso, junto com outras plantas! Algumas mudas fixei em árvores. E não é que se adaptou em todos os meios que lhe ofereci? Em contrapartida, coloquei algumas mudas de Cattleia labiata na pedra, no topo da gruta de Nossa Senhora, aclimatou-se e não deixa de florir em todos os setembros... Caprichos de quem sabe que é rainha!
Eu mal sei cuidar de orquídeas. Tanto, que ganhei uma muda de baunilia, plantei sem saber o melhor local e ela morreu! No ano passado ganhei um pequeno orquidário. As flores estão apreciando o novo lar. Estão florindo, duram mais, mas vou contar-lhes um segredo: no meu gosto, o lugar de quase todas, ainda deveria ser na natureza, nos galhos das árvores, no chão ou nas pedreiras.

Francisco de Assis

Amar Francisco de Assis é fácil...
Difícil é viver como viveu!
Deixar riqueza e conforto
Deixar a casa paterna,
Deixar alegres noitadas
Deixar de fazer serenatas,
Abandonar os amigos
E ser tachado de louco,
Pra tantos seria o fim...

Pelo que sei, a ele não causou dano!
Sua vida realmente foi vivida
Depois que tudo deixou
Por amor a Jesus Cristo...
Foi aí que encontrou
Na senhora dama pobreza
A grande felicidade!
Sua esposa, namorada,
Aquela que tanto amou!

Os amigos, não perdeu,
Pois os ganhou para Deus.
Fez-se pobre entre os pobres
Amou tanto a natureza
Que defendeu com ardor:
Plantas e animais,
Água, sol, lua e estrelas
E tudo que Deus criou.

Borboleta Azul

Trouxeste hoje a família inteira!
Bailaste à minha frente, delicadamente,
Parece, com tua dança, querer dizer-me:
Aqui estou para lembrar-te
Quem de mim tanto gosta
E tão distante está...

Mas eu estou aqui...
Talvez só hoje, ou amanhã!
Minha vida é tão breve!
Venho preencher teu coração
Do vazio que conheço
Em que está!

Veja só: a vida é feita de momentos
Felizes ou amargos...é escolher!
Vem comigo, baila, cante,
E encarne a felicidade
Junto a minha beleza
Que diante de ti está!

Vim visitá-la, nada mais...
Sou efêmera demais!
Voltarei ano que vem,
Com novas asas azuis,
E espero, minha querida
Mais feliz, te encontrar!

Bem-vindos!

Meu neto querido criou este blog para mim.
Vou começar a publicar minhas crônicas e poesias.
Aprecio o comentário de vocês!


Rita Seda