23 de novembro de 2010 | By: Rita Seda Pinto

Ação de Graças 2010

Ação de Graças
Rita Seda


A todo dia e a toda hora devemos dar graças a Deus. Ele é o doador dos dons. Muitos vivem os momentos bons sem se lembrar de agradecer. Alguns agradecem todos os dias. Mas é difícil dar graças quando a vida está na contramão da felicidade. Louvar a Deus pelos maus momentos, pelas doenças, falta de dinheiro, problema de drogas na família, falta de harmonia? Ninguém poderá dizer que é fácil... O ideal da pessoa é ser feliz, ter vida plena. Uma família legal, um trabalho cuja remuneração permita levar o sonhado padrão de vida, um lar onde possa se sentir amada, coisa boa! Mas quando se tem que remar contra a maré, a falta de algo impedindo que se tenha paz, louvar a Deus é quase impossível. Só mesmo quem vive imerso no divino mar do amor consegue fazê-lo. Pode até acontecer que a pessoa tenha a sua fé abalada quando surgem as borrascas. E sentir o desespero bater na porta de seu coração.
E é perfeitamente compreensível, somos todos pessoas frágeis e sujeitas a cair. Fortalecer a fé, o amor, é preciso. Orar, entregando os problemas, é preciso. Mas agradecer? Será possível? O Salmo 88 é um exemplo do desespero que muitas vezes acomete o homem e o leva a suplicar ajuda.Mas, mesmo sofrendo, o autor deposita sua esperança no único que pode livrá-lo. Aprendamos com ele. Já, o Salmo 91 é um exemplo que o fiel precisa colocar na prática de sua vida: habitar na casa do Senhor. Sentir Sua proteção e carinho em TODOS os momentos. Ter certeza de Sua proteção. Ter a coragem de entregar-se todo inteiro nos braços daquele que é o dono de tudo. “Não há bem que sempre dure e nem mal que para sempre perdure”. Tudo passa. Devemos colocar (de verdade) nossa vida nas mãos do Senhor e seremos capazes de fazer como Santa Tereza: não nos perturbarmos, não nos espantarmos, crermos que tudo passa e que só Deus não muda... Com paciência chegaremos a sentir os ideais do salmista, pois veremos que só Deus nos basta. Difícil? Sim, mas não, para quem se revestiu da Fé e viveu imerso no mar de Deus. Vamos começar? Nunca é tarde!
18 de novembro de 2010 | By: Rita Seda Pinto

RITÁPOLIS

Ritápolis

Rita Seda



Alguém até pode pensar que eu adoro estrada, pois sempre estou contando aventuras de alguma viagem. Mas não é bem assim, eu gosto mesmo é de conhecer novos lugares. E tenho que arcar com o ônus da estrada ou do perigo de um avião...Há menos de um mês do regresso de Recife eis que certos compromissos familiares me colocaram outra vez dentro de um carro por algumas horas. Nós dois e a filha Rita Elisa. Foram dias em que vivi as mais fascinantes e inesperadas histórias que nunca imaginei protagonizar. Livres de uma agenda pré determinada demo-nos o prazer da improvisação. Aqui vai uma delas: Numa beira de rodovia, vimos a placa da cidade chamada Ritápolis. A princípio, por curiosidade, até por brincadeira, resolvemos conhecer de perto a tal cidade que, tem o nome da mãe e da filha, mas, antes de tudo, tem um santuário de sua padroeira, Santa Rita de Cássia. E quisemos conhecê-lo. Feriado prolongado, Santuário fechado, ruas e praças desertas. Apenas um pobre coitado se achava na horizontal, na sarjeta. Casas fechadas, de aspecto antigo, bem conservadas, muitas e belas flores, tudo limpo. Mostram bem que ali era bairro, zona rural, diferente das suntuosas mansões da cidade a que pertenceu. Descemos na praça, curiosos para verificarmos de quem era a estátua fixada na sua ponta. Em nada parecia com a de Santa Rita! Qual não foi o nosso espanto quando lemos a placa: “Aqui é o berço da Liberdade”. A estátua, já deu para perceber, né? Era de Tiradentes, o mártir da Indepedência. Providencialmente apareceu um senhor a quem abordamos e que nos revelou o que estávamos tentando entender. Para nós, Tiradentes nasceu na Fazenda do Pombal, em São João D’El Rei. O caso não é tão difícil de entender, depois de explicado. Difícil ainda está sendo a aceitação, pelo povo da cidade mãe, pelo que pudemos averiguar em outras prosas, com os seus habitantes...Ritápolis ganhou cidadania e a fazenda do Pombal fica em seu território. Agora é sede da Policia Florestal. Em suas terras cultiva-se e comercializa-se flores. Ficamos sabendo que a cidade chamava-se Santa Rita do Rio Abaixo (Rio das Mortes), que ainda possui muitas fazendas. Conserva entre suas casas os “Passos” da Paixão de Cristo, pudemos ver alguns e conhecer também a sala dos milagres atribuídos à padroeira. Não concretizamos nosso desejo de visitar a Fazenda do Pombal porque não era dia de visitação. Mas não faltará ocasião, agora que descobrimos o mapa da mina!
6 de novembro de 2010 | By: Rita Seda Pinto

Magnólia na minha vida

Magnólia

Rita Seda



Na minha juventude usei um perfume chamado White Magnólia. Deliciosa fragrância. Não deixava acabar um frasco, já comprava outro. O primeiro eu havia ganho de uma irmã bem mais velha que eu, era alérgica a ele...Que bom! Assim eu pude desfrutar dessa maravilha em gotas! Infelizmente desapareceu do mercado. Nem tudo que é bom dura para sempre...

Talvez seja por essa razão que eu goste tanto da árvore magnólia. Suas flores crescem em cachos sobre a copa da árvore. Fazem uma cobertura linda e perfumada. Mas são muito frágeis. De um dia para outro o chão fica forrado de belas flores e que não murcham tão rapidamente quanto caem... Mariana, minha neta caçula, quando mais nova, juntava as flores em pequenos arranjos e dava de presente à mãe. Carinho especial! E se havia marias-sem-vergonha com sementes corria a chamar sua mãe para com ela estourá-las. Mas a florada não é rápida, como a do ipê, por exemplo. Continua por bom tempo. Seus galhos são frágeis e se quebram à toa. Se algum quebra e cai num chão com terra, e o deixamos ali, logo cria raízes e dá flores, ali mesmo, deitado! Não tem exigência essa bela árvore de copa arredondada como a metade de uma melancia...

Sendo assim, sempre tenho ótimas mudas para doar a quem me pede, o que faço com muita alegria. Ajuda a enfeitar o planeta...

Existem espécimes que dão flores de diversas cores. Rosa claro, vermelha, amarelinha... Todas têm o seu charme, o seu encanto.

Gosto de ver a do meu quintal do alto da janela do vizinho, quando está florida... Obra de graça e encantamento que só a mãe natureza é capaz de fazer!

Acontece nas melhores famílias...

Acontece...nas melhores e piores famílias

Rita Seda



Conceição foi uma cozinheira de mão cheia. Seu trabalho era exclusivo na casa de seus ricos patrões. Fazer os quitutes mais saborosos para regalo da família. E ela era exímia. A patroa não abria mão de sua empregada mais importante. Todo dia era dia de festa. As refeições tinham cardápio diferente a cada dia. Salgados e doces. Se num dia comia-se strogonof de frango, no outro já vinha o bife à parmegiana, no seguinte já era cordeiro assado... E como bons mineiros, a base não podia deixar de ser arroz, feijão, legumes, saladas, batatas fritas, bolinhos variados. Sobremesa não podia faltar. Pudins e tortas eram feitas diariamente, além dos doces em calda e das ambrosias... As mãos da Conceição eram de ouro e ouro se gastava na compra de tantos ingredientes nobres. Estava familiarizada com todo tipo de novidade que a indústria colocava no mercado, por mais sofisticadas que fossem. Para ela tudo era fichinha! Tinha seus filhos, seu esposo, sua casa. De manhã deixava o almoço pronto para que eles aquecessem no velho fogão de lenha...Arroz de terceira, feijão, angu, chuchu ao molho...Quando voltava, após o jantar, fazia uma sopinha. Certo dia chegou às nove horas.O esposo, com fome, havia feito a sopa, mas queria comer junto com ela. Afinal, ele ia exibir sua façanha. Quando contou à Conceição que havia colocado legumes da horta na sopa, macarrão e até caldo de galinha, ela ficou cabreira. Caldo de galinha em casa de pobre? Onde já se viu? –Ora, mulher, estava na prateleira e eu coloquei, inteirinho! –Ah! Totonho, já sei o que você fez... A sopa não ficou azul? –É...Não ficou igual às suas, amarelinhas! Mas até que ficou bonita, vem ver.-Meu Deus, você acabou com o meu macarrão e o anil de enxaguar a roupa, Totonho! O jeito é comer pão duro que eu trouxe da casa da patroa para não dormir com fome!
28 de setembro de 2010 | By: Rita Seda Pinto

Banho de balde

Esses jovens pais são demais!


Banho de balde


Rita Seda



Já vi e já tomei banho de canequinha, banho de bacia, de banheira, de cachoeira, de mar, de chuva e diariamente uso o de chuveiro. Mas de balde, sinceramente, nunca havia visto. Nos dias em que estivemos no Recife me acostumei a ver, toda tardinha, o banho de balde do Rafaelzinho. Confesso que me espantei na primeira vez que vi, mas é costume de lá. Já tinha achado estranhos os banhos que lhe deram na maternidade, debaixo de uma grande torneira num também grande lavatório.

O de balde chega a ser divertido, se ele está chorando, acalma-se logo, dobra as perninhas e se acomoda na água. Não sei até quando Rafaelzinho vai caber no balde, mas existem baldes bem maiores, se ele gosta, não custa comprar... Só acho que logo ele irá é para o chuveiro, porque, pelo que vejo, já não está cabendo nem na banheira! Eta menino que vai ficar da altura do pai. Cresce e engorda feito abobrinha. Que lindo é o nosso Rafaelzinho!
6 de agosto de 2010 | By: Rita Seda Pinto

Melhor idade

Melhor idade


Rita Seda



Era chamada a terceira idade, agora, de “melhor idade”. Estou de acordo que ela tenha muito de bom. Conhecimento das fases anteriores gera sabedoria, respeito dos mais novos, conquista a tão sonhada liberdade de falar o que queira, de se vestir conforme queira, de criticar o que não concorda, até de brigar por seus direitos! Pena é que seus direitos sejam tão limitados, seu salário ou pensão sejam minúsculos e que tão poucas pessoas a levem a sério... Estou falando de gente comum, como eu, como você que me lê agora. Porque tem também aqueles que podemos chamar de avis rara... Aí...são outros quinhentos!!!

O idoso tem direito a passagem grátis em certos meios de transporte. Tem direito a medicamentos grátis no Estado, na Prefeitura. E como o idoso necessita de remédio!!!. Tem direito, é lei. Porém, e a burocracia para usufruir seus direitos? É uma novela sem fim. Isso, aqueles que tem a graça de ter casa, comida, uma família que o assiste! Imaginemos os que vivem de déu em déu, buscando um abrigo.

Já vi cenas de filmes muito piores, quando a mendicância era a única saída para os que chegavam a essa magnífica idade. Alguém se lembra da Berinjela e do Jiló? Um tempo triste de se lembrar, com dezenas de companheiros que engrossava a fila, batendo de porta em porta. Graças a Deus foi instituída a aposentadoria ou sei lá como se chama ao certo o benefício que o governo teve por bem conceder-lhes. As instituições de caridade(e aqui temos diversas e todas elas bem administradas, trabalhando com verdadeiro amor cristão.Mas sempre sobra idoso necessitado...

Nossa melhor idade tem suas gritantes diferenças. Nem podemos fazer uma análise mais profunda, pois cada um é um ser diferente.Vejam esta e que é verídica.Aconteceu numa capital.

Uma senhora reivindicou seu direito na fila do caixa. Ninguém lhe negou, embora ela tenha sido um tanto petulante...Não ligou a mínima ao que lhe disse o cavalheiro que, educadamente, lhe cedeu o lugar. Passou as compras todas e na hora de pagar levou um susto, pois passara muito do seu gasto regular. Diante do seu espanto e braveza ficou sabendo que passara as compras do carrinho do cavalheiro! Situação! E teve ainda que ouvir dele o gracejo:-Já que fez uma gentileza, não quer pagar também?

Por aí se percebe que a “melhor idade” pode ser traída por pernas que vacilam, ossos que doem, por salários irrisórios e o que é bastante pior: pela cabeça!
14 de abril de 2010 | By: Rita Seda Pinto

Abril:Mês diferente...

Abril: Mês diferente


Rita Seda



Embora o tempo esteja bem mudado, abril continua sendo especial no calendário. Páscoa é uma das mais importantes celebrações da Igreja e quase invariavelmente vem em abril.

Daí ser para nós uma ocasião festiva e que renova nossas esperanças. Só isso faria dele um mês especial...Mas!

O tempo muda em abril. As árvores se despem de suas folhas velhas, o ar fica mais límpido e a temperatura amena.O céu, mais azul, aumenta a luminosidade e transparece toda a beleza que nossos olhos possam descortinar.

Dia 21 comemoramos o Mártir da Independência, Tiradentes. Reverenciamos a personalidade que inspirou aos brasileiros a identidade republicana. A importância histórica de seu patriotismo, realmente, só pôde vir à tona, completamente, com o advento da república, por motivos mais do que óbvios. Estive em Ouro Preto, Tiradentes e São João Del Rei, onde pude conhecer um pouco de sua vida, principalmente através do Arquivo Público Mineiro, no Museu de Ouro Preto onde admirei documentos muito bem conservados. Ele é considerado o Patrono Cívico do Brasil e seu nome consta do Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade. Fico, às vezes a meditar na grandiosidade de seu caráter e patriotismo e de seus companheiros. Há alguns anos outro mineiro, Tancredo Neves, após uma vida pública de retidão e caráter, morreu, no mesmo dia 21 de abril. Morte que, para mim, ficou cercada de mistérios...Este é o ano de seu centenário. Eu, com muito carinho, estarei no dia 14 lembrando, com maior intensidade e afeto, o nascimento de meu pai, um italiano em terras brasileiras, que, certamente, nada foi nada para outros, embora tenha dado seu sangue, formando lavouras sul mineiras, mas foi o super herói da minha vida. A bênção, pai!
21 de março de 2010 | By: Rita Seda Pinto

Placa comemorativa, em Campanha


Placa em casa onde morou Bárbara Eliodora, em Campanha, MG.

Bacalhoada a minha moda

Receita de bacalhoada especial


Rita Seda



A Sexta-feira Santa está chegando. Nada como uma deliciosa bacalhoada para reunir os familiares nesse dia de uma só refeição.

Pelo preço elevado do peixe, pelo dia especial de reunião, pela tradição em nossa família, pelo pouco tempo que queremos ficar na cozinha, pois precisamos rezar, sempre fazemos uma receitinha que apenas pede como acompanhamento um arroz branco e pão. E fica apetitosa...

Quer fazer também?

Comece escolhendo um bom pedaço de bacalhau. Escolha pela altura e pela cor. Deve ser alto e claro. Corte em pedaços grandes, de ums 10 centímetros. Lave muito bem em água corrente e deixe de molho, tampado, dentro da geladeira por uns 3 dias, trocando a água duas vezes por dia. Na última vez usar o leite no lugar da água faz diferença.

No dia em que for fazer prepare:

Abobrinha caipira bem novinha, em fatias de um dedo;

Berinjela fatiada em rodelas do mesmo tamanho;

Batatas descascadas e fatiadas em rodelas;

Tomates cortados em rodelas;

Cebolas em rodelas; pimentões picados em rodelas;

Azeitonas sem caroço, inteiras;verdes ou pretas, vale seu gosto;

Couve da mais dura- muitos a chamam de couve tronchuda; deve ser rasgada;

Orégano, louro, molho shoyo, salsinha e cebolinha picadinhos.

O modo de fazer é em camadas: aquecer o óleo, dourar uns dentes de alho picados e retirá-los em seguida.

Cada camada deve ser salgada com um mínimo de sal,menos o bacalhau, é claro.

Começar com uma camada de batata inglesa, outra de bacalhau, outra de pimentão, berinjela, tomates, couve e uma leve porção de shoyo, uma folha de louro,inteira, algumas azeitonas. A cada camada coloque um fio de azeite.

Ir refazendo as camadas e alternar folhas de louro com orégano.

Se for necessário junte um pouco de água se notar que está ficando seco. Cozinhar em fogo brando até que verifique que os legumes estão no ponto. Ao final coloque a salsinha e cebolinha cortadas bem miúdas. Sirva na própria panela acompanhada de arroz branco e pão de sal. Me convide que ajudarei a degustar...
17 de março de 2010 | By: Rita Seda Pinto

Surpresas de Carnaval

Crônica publicada no Jornal Vale da Eletrônica dia 06/03/2010


Dias felizes vividos no carinho familiar.


Surpresas de Carnaval


Rita Seda



Passamos os dias de folia em um lugarzinho escondido, numa propriedade rural. Foi um descanso, em meio a tantas peripécias da vida. Fartamo-nos de admirar a paisagem, recheada de variados tons de verde, do colorido das flores lindas e perfumadas; até o ar tem algo diferente, a água é límpida e cantante em suas corredeiras. As estrelas são muito mais brilhantes, as aves, livres, deslumbram, com seus gorjeios e revoadas. Até as aeronaves tem um quê de romantismo num lugar afastado como esse...

Num dos dias fomos até Campanha, a cidade berço do Sul de Minas, Uma cidade respingando historia. Ela já hospedou a Princesa Isabel, e teve sob seu comando as vilas e cidades que iam surgindo por aqui. Seus casarões coloniais, muitos deles bem conservados, são um marco da historia. Conhecemos o Colégio Sion, onde a nata da região estudava, que bela construção! Quantas senhoras, daqui, viveram sua mocidade dentro daquelas paredes!

Deve ter sido o melhor educandário do Brasil naquela época.

Campanha foi a sede dos Correios no Sul de Minas. Padre Vitor, venerado por muitos e hoje aclamado como candidato a canonização, foi nascido em Campanha. Vital Brasil também. Alvarenga Peixoto e sua amada Bárbara Heleodora viveram lá. Ele, o inconfidente poeta, que ajudou a planejar a Inconfidência Mineira e fez a primeira manifestação abolicionista. Consta ser de sua autoria o lema “Libertas Quae Será Tamem”. “Bárbara bela, do norte estrela...”com esta e tanta outras poesias inspiradas em sua musa, ele enriqueceu a literatura nacional e desnudou o profundo amor que alimentou sua alma. Traídos por um companheiro ambicioso e nem um pouco patriota, foi deportado junto com seus companheiros. Que audácia de Dona Maria I interromper um amor tão romântico! Numa das casas encontramos uma placa afirmando que ali morou Bárbara Heliodora. Simples.

Quantos sonhos, quantos amores, deve ter acalentado aquela cidade, que hoje se sobressai por ser histórica, mostrar casarões coloniais e museus, mas também por suas fábricas de artesanato. Ali se fabrica tapetes, do arraiolo ao de tear, artesanato em madeira, sizal, lã, bambu, tecido, gaiolas de arame,etc.

Fomos visitar a Catedral e para nossa surpresa, encontramos Monsenhor José Hugo, que nasceu em Natércia, mas morou e estudou em Santa Rita por algum tempo, em casa de seu avô. Tem aqui muitos parentes; a família do Sr.Antonio Silva, pai de dona Arilda Silva Araújo, e outros que fazem parte dessa conceituada família. É tio, também, da amiga Celina Marques Teixeira, mãe do meu ex-aluno José Hugo, que encontrei hoje e que me disse que já é avô. Quatro netos! Parabéns à família toda. Estou ficando velha... Alfabetizei esse avô!!! Mas é gratificante estar aqui para ter a felicidade de festejar com ele, a quem muito estimo.

A Catedral de Campanha, é uma das três maiores, feitas em taipa, que existem no Brasil. É de muito bela e preservada arquitetura e tem algumas particularidades interessantes: uma Via Sacra, pintada em tamanho grande, nas paredes laterais. O quadro da Verônica chama a atenção para o detalhe da barra da sua veste, toda decorada com a Bandeira do Brasil. No mínimo, curioso. O Brasil enxugando o rosto ensangüentado e suado de Cristo! Que ótimo se fosse verdade! Num nicho, a imagem em tamanho natural do Santo Padre Pio, vestida com um hábito que lhe pertenceu e, obvio, usou. É interessante! Pode até ser que ele usasse essa veste em alguma ocasião em que recebeu a família do Sr.Manoel Vitorino, nosso conterrâneo... A outra particularidade é uma imagem do Senhor dos Passos, obra de Aleijadinho. Nem precisa comentário... Verdadeira riqueza histórica.

Bem, bati a carteira do Ivon, enfocando um pouco de historia...Mas essa foi a história do nosso carnaval, do nosso descanso, da nossa vida! Perdão, meu querido esposo, mas não podia deixar passar em branco e uma coisa puxa outra, né?

Fotos da Catedral de Campanha

Algumas fotos de imagens da lindíssima catedral de Campanha:

Um grande santo:São José

Você é devoto de São José? Quem não é? Chefe da Sagrada Família, Padroeiro da Santa Igreja!
Ofereço esta crônica à minha mãe, dona Pepa, ou melhor, Dona JOSEFA!



Um grande santo: São José


Rita Seda



Celebramos dia 19 o dia de São José. Foi escolhido pelo Pai, por seu caráter íntegro, para Seu cooperador, aquele que exerceria o Seu papel como protetor e educador da Humanidade do Filho. Desde o principio do cristianismo é venerado.

Sabemos que era carpinteiro e morava em Nazaré. Não deve ter sido fácil para José, a provação na fé, pois aguardava como os profetas, patriarcas e todo aquele povo escolhido, o cumprimento das promessas de Deus, de lhes enviar um Salvador. Ver sua futura esposa grávida, antes de coabitarem, saber que o filho não era dele, deve ter armado uma grande confusão em sua cabeça e em seu coração! Acreditava nas virtudes de Maria. Ela, pura, correta, virtuosa, nada falou sobre o assunto. Existe um livro de Inácio Larrañaga intitulado O silêncio de Maria, muito elucidativo. Há momentos em que o silencio fala mais alto! A vacilação de José foi uma reação comum de quem está por entender... Não pensou em acusações, mas esteve a ponto de abandoná-la. Logo que lhe é dirigida a Palavra esclarecedora, crê,leva Maria, a Arca da Nova Aliança, para sua casa. Acolhe Jesus com amor. A José foi confiado o nome do Messias, as providencias para fugir de Herodes e a ordem para voltar à sua terra no tempo oportuno. Foi o chefe da Sagrada Família, o responsável e protetor. Se grandes foram as dores que sofreu, igualmente grande foi sua missão de guardião do Filho de Deus e da indefesa Maria. Imensas alegrias deve ter vivido na casa de Nazaré, vendo crescer, mantendo e educando aquele que veio para salvar a humanidade. É para nós o padroeiro da boa morte, já que em sua extrema agonia recebeu o conforto de Jesus e Maria. José é um nome muito usado pelos cristãos. Minha mãe se chamava Josefa e minha neta que nasceu a 17 deste mês, se nascesse dia 19 levaria o nome de nosso querido santo. São José, que tudo fez para proteger Jesus, pode nos proteger também, é só o invocarmos com fé e confiança. Procuremos nos espelhar no seu exemplo de justiça e obediência a Deus.

São José, rogai por nós!

Refletindo a parábola do Pai Misericordioso

Vamos abrir uma janela bem ampla e nos ver dentro desta parábola?

Refletindo a parábola do Pai Misericordioso


Rita Seda



Mais conhecida como a parábola do filho pródigo, ela nos faz pensar muito. Sendo pais, nos colocamos no lugar daquele pai que atende o pedido do filho, com dor no coração, mas com justiça. Dá-lhe a herança e diz:

-Vai! Você tem a liberdade!

Com certeza sabia que seu filho voltaria, adivinhava seus sofrimentos, pois estava a postos quando ele apareceu ao longe... Isso é amor de pai e mãe.

Se nos colocarmos como esse filho sem juízo, mas que teve a lucidez de voltar e pedir perdão, que grandes lições podemos tirar para nossa vida! E a mais sublime delas é perceber o amor incondicional de Deus Pai. Mas, neste caso, não vamos esperar mais, para voltar. Pode não haver tempo de encontrar os braços acolhedores para nos dar a acolhida...

-Pai, pequei contra ti e contra Deus. Já não sou digno de ser tratado como seu filho...

Humildade, antes que tardia, venha ao nosso coração!

E o filho mais velho? O correto, trabalhador, sempre ao lado do pai, cuja reação amorosa não acompanhou? Seu comportamento foi de ciúme, de mágoa, de falta de perdão... É tão lindo o amor de irmãos, o mesmo sangue correndo nas veias, partilhando os mesmos pais, a mesma casa, os mesmos sentimentos! E tem respostas nada simpáticas às explicações do velho pai. Será que se ele fosse o responsável pela família naquele instante o outro entraria em casa?

Acolher, alegrar-se, saber ser irmão!

-Esse teu filho!

Parece até que já não era seu irmão...

Dá vontade de entrar na parábola, amansar esse coraçãozinho, enlaçar os dois irmãos num afetuoso abraço e dar à historia um final feliz. A vida é tão breve para vivermos às turras! Por isso rezamos:

-Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso!
10 de março de 2010 | By: Rita Seda Pinto

Catedral de Campanha-MG


Magnífico este ambão na Catedral de Campanha, MG.
Esta Catedral é uma das 3 maiores, feitas em taipa, no Brasil.
Tem na Via Sacra,pintada na parede, a Verônica enxugando o rosto de Jesus, com um detalhe, ao menos, curioso:Na barra de sua veste bandeiras do Brasil desfilam com elegancia.
Tem também uma imagem do Santo Padre Pio, muito natural, vestida com um hábito franciscano que ele usou.
Possue também uma preciosidade: Senhor dos Passos, esculpido por Aleijadinho.
Parabens, Campanha!

Curtindo Assis no Ano Santo

Curtindo Assis



No chão que teus pés pisaram

está tudo como então:

mesmas casas, mesmas pedras

vales e montes.E ainda estão

o mesmo rio, o mesmo céu.



Ainda tem passarinhos

cortando os ares, cantando,

O arvoredo, as flores,

as janelas enfeitadas.



Tudo aqui respira paz.

Leva à paz.



Canta-se e dança-se

numa algazarra infantil.

Também entrei nessa dança

coisa igual eu nunca fiz....



Alegria e emoção

de ver, sentir, respirar

tua cidade de Assis!



Sinto plena tua presença

Francisco que eu amo tanto!

Perdoa se pouco rezo,

pois não o deixa meu pranto



Rita Seda Outubro do Ano Santo de 2000

Capela de Nossa Senhora das Graças (Luis e Leticia)

Planejada por Luis Henrique, sonhada pela Leticia e sempre visitada por muitos...
É um pedacinho do Céu. Bem no alto, de onde se enxergam várias cidades.
Foi inaugurada com Missa presidida pelo nosso Padre Kiko.
Dom Vaz celebrou nela no último dia 27 de novembro que viveu.
Boas lembranças... O sacrario tem na porta um "Cordeiro" de cerâmica feito por Rita Elisa, em Goias.
Nela rezamos, neste ano, de 2010, na terça feira de carnaval, dia da Sagrada Face, o último dia da novena:
Foi reconfortante para Lê, Ivon e eu.

Em um mercado persa

Em um mercado persa

Agosto. Manacá cheiroso
vestido de azul e branco
igual a Mãe de Jesus
é destaque no jardim.
Enlevada em seu perfume
flutuando volto ao passado,
misturando sons de piano
a quimeras que me levam
até um mercado persa...
Tudo é confuso e confunde!
Vende-se flor no mercado?
Tem manacá no piano?
As mãos tocam o manacá
ou o colhem no teclado?

Só sei que recebo flores
do mais marcante perfume
de mãos que magistralmente
executam num piano
e oferecem a mim,
“Em um Mercado persa!”
9 de fevereiro de 2010 | By: Rita Seda Pinto

Exames invasivos

Depois que passa é até divertido, a gente ri!!! Mas durante, ai,ai...

Exames invasivos


Rita Seda



A medicina teve um avanço grande nos últimos tempos.

Na minha vida acompanhei duas endoscopias em pessoas amadas. Uma, distante da outra, trinta anos. Notei que ela mudou o procedimento, teve, sim, pontos positivos, mas...Vamos ao mas!

Na primeira eu era a responsável pelo procedimento em meu irmão querido, o Pedrinho e estava sozinha, em São Paulo para o que desse e viesse. Eu tinha trinta anos menos. Mesmo com uma dose maior de coragem, tendo que inventar algumas mentiras ao irmão, para poupá-lo, foi um grande sofrimento para ele e para mim.

Submeteu-se ao exame em pé, sem anestesia, num consultório médico. Certamente com instrumento de maior dimensões do que os de hoje. Estava ao seu lado, segurando sua mão. Sua perna direita tremia e eu derramava lágrimas silenciosas. Ele e eu querendo ser fortes para não entristecer o outro. Eu chorava, sim, mas escondido. Bobagem, agora, também, eu chorei tanto! Chorar não é fraqueza nem vergonha. Chorar alivia o peso que se instala em nosso coração numa situação assim.

A endoscopia de agora foi no meu esposo. O pedido veio de véspera, à tarde, não havia tempo para pedir a companhia de um filho. Sozinha outra vez. Tive que pedir socorro ao meu fisioterapeuta, a pessoa mais próxima no momento mais difícil, o da execução. Só queria chorar, colocar para fora minha ansiedade. Ele foi superbacana comigo. Obrigada, Maurício!

Quando Ivon saiu da sala de exame e veio para a sala de recuperação, chegou ainda dormindo. Incrível que não tenham para esse fim uma sala decente. Numa pequeníssima sala, uma porta com saída para a rua, duas poltronas reclináveis e um sofá simples. Já havia um jovem dormindo a sono solto numa das poltronas. Colocaram Ivon na outra e levaram para o exame um idoso de aspecto bem simples, sem acompanhante. Reclinaram a poltrona para o Ivon dormir. Não só dormiu, como roncou e falou coisas desconexas. De correto ele perguntou ao médico se iam fazer bióxia, em casa, disse-me que não viu o médico!

Chegando à sala o idoso, colocaram-no sentado no sofá, desconfortável para seu sono. Que vontade de estende-lo no sofazinho! Dentro de meia hora chamei o táxi para trazer-nos para casa, pois o Ivon parecia acordado. O motorista, muito gentil, conduziu-o ao carro, sentou-o no banco da frente. Ivon apanhou uma bala de menta, desembrulhou-a e disse: Nada como uma balinha para refrescar a garganta! Dei um pulo de meu banco e tomei-lhe a bala, já sem papel e disse-lhe que não podia. Aceitou numa boa. Chegando em casa o motorista colocou-o na cama, ele ainda quis pagar, mas eu já havia pago. Já dormindo ele reclamou que a calça e cinta o incomodavam para dormir. Queria um short. Com sua ajuda tirei-lhe os sapatos, as meias, desabotoei a cinta, tirei-lhe a calça e coloquei o short. Quem estava dormindo, continuou. Deixei-o ali e fui cuidar de alguns afazeres. De vez em quando dava uma olhadinha... Levou umas três horas para acordar, mais e mal, e quando se viu sem calças, reclamou e não acreditou que me pedira para tirar. Da bala? Nem se lembrava, nem do rosto do médico, nem do que falou para este, nem quem o trouxe para casa. Tudo ficou num cantinho escondido da memória. Bem que eu tenho um medo enorme de anestesia...

Tomou uma canja e muito bem. Até repetiu o prato fundo!

Tentou levantar mas tornou a dormir profundamente.

Mais tarde acordou perfeitamente e foi para a Missa, no Santuário, onde eu já me encontrava. Deus seja louvado!

Minha queixa é que poderiam ter explicado bem claramente o procedimento e a reação do paciente. Já não estou em idade de ter essas surpresas...E providenciar um aposento decente onde os examinados pudessem ter algum conforto e privacidade.
11 de janeiro de 2010 | By: Rita Seda Pinto

adolescentes em férias...

Adolescentes em férias em tempos modernos

Janeiro de 2010



Passou o Natal. Foi excelente, mas nada permite que um dia dure mais que 24 horas. Assim, chegou dia 26 e o Natal deu lugar a outro dia. Veio a passagem do ano. Muita comemoração, abraços e beijos aos montões, mas também passou... Foi tudo muito legal, mas alguns da família voltaram ao trabalho, outros saíram de férias...ah, mas restaram os adolescentes!

Foi hora, então, de reviver a adolescência dos próprios filhos. Assemelham-se em alguns pontos com os pais! Mas diferem em outro tanto! Falam, gritam, riem, comem, fazem extravagâncias como seus pais, mas há uma grande diferença: o sono. Em outros tempos dormia-se de noite e de manhã todos saltavam da cama, tomavam um lanche reforçado e procuravam algo para fazer. passear, nadar, namorar,ler, jogar futebol ou vôlei, brincar conversar... Hoje é diferente: podem até acordar e sentar à mesa à hora do almoço, se tirados da cama à força, mas a maioria volta para a cama e dorme. Da tarde àté a manhã seguinte, o banho, o lanche, o CP, a TV, a guitarra, as conversas, o açaí, a casa. Fico perguntando a mim mesma: na capital ou cidade grande, a vida é assim, todos tem medo da rua, dos passeios ao ar livre. O costume tomou conta da cabecinha e do coração de todos os adolescentes?

Triste juventude presa dentro de casa, e pior, ainda, matando seu dia! Perdendo o nascer do sol, o ar puro de uma cidade interiorana, as belezas da natureza, os costumes e as alegrias de viver o DIA! Será que viraram corujas? Coruja é um animal noturno porque é essa a sua natureza. Eu sempre soube que as pessoas que são obrigadas a trocar o dia pela noite em função do trabalho custam a se adaptar e anseiam voltar a viver normalmente.. Disseram que é modismo. Que as aulas não deviam ser de manhã, pois, mesmo em aula, estão mais dormindo do que acordados, não entendem as aulas, perdem média e ficam irritados. Quem disse é adulto...

Sabem o que eu acho? Os costumes mudaram porque a tecnologia é menos vigiada à noite (os pais tem que dormir, passam o dia dando duro)! Os pais não põem limites. Não estão aí para brigar, discutir, sabem que saem sempre perdendo. Querem mais é viver sem estresse.O maior perdedor nesse caso são os filhos. Será que conseguirão reverter a situação e viver vida normal quando se tornarem adultos? Que futuro os aguarda? Pobres adolescentes que não tiveram limites para viver uma vida normal.