4 de janeiro de 2011 | By: Rita Seda Pinto

Peras e marmelos

Com muito orgulho lhes apresento uma das minhas pereiras! Hummmmmm! Que delícia!



Peras e marmelos
Rita Seda

Foi na euforia de adquirir um pedacinho de terra que Ivon decidiu trazer umas mudas de pereira de Delfim Moreira. A pêra e o marmelo eram a riqueza de lá. A gente se muda mas quer levar algo consigo que faça lembrar a terra natal. No baú de meu pai vieram da Sardenha, mudas de parreira. Acontece com todos. Encontrei um dia desses com o amigo Massaro que trouxe mudas de cerejeiras do Japão. A alegria estava estampada em seu rosto! Tenho certeza que ele fará com que elas cresçam e floresçam assim como conseguiu papai. Mas as pereiras do Ivon se recusaram a produzir. Cresceram, transformaram-se em fortes árvores, onde aproveitei para colocar orquídeas e os mais variados pássaros fizeram ninhos. Mas peras, nenhuma! Certo dia o amigo Ditinho Nogueira foi até lá e disse ao Ivon que cortasse aquelas árvores e plantasse as mudas  que se dispôs a dar-lhe. Se não tinham se aclimatado em 30 anos, não se aclimatariam nunca. 
Ivon não estava disposto a cortar as pereiras trazidas de sua terra e que seu pai escolhera os lugares para plantar...O sentimento falou mais alto. No mínimo ficariam de recordação! Cortar, jamais! Um dia até permitiu que eu comandasse uma poda drástica em uma delas, fincamos pregos nos troncos, adubamos, mas de nada valeu.
Sempre interessada em viveiros, um dia encontrei umas pereiras que me pareceram jeitosas...Comprei duas e plantei, sem escolher muito a posição. Mas pelo tamanho da chácara, todas as plantas ficam perto de todas, essa é a verdade. Foi tempo de tomar porte e as duas começaram a florir. Foi apenas uma amostragem, como acontece com as plantas de primeira viagem. No segundo ano e no terceiro, as flores surgiam nas minhas e nas pereiras do Ivon e afinal, as peras também. Com uma diferença, porém: as velhas pereiras são de qualidade, são grandes, tem pedigree. Foi uma dessas, pesando quase um quilo que o Ivon certa vez acertou a careca do pai dele!Até hoje tem remorso quando lembra o acidente... O que é a natureza! Sem a polinização de uma espécie diferente nunca veríamos as peras duras de Delfim! Ou será que foi inveja das pereirinhas que plantei?Sei não!

7 comentários:

Silvinh@ disse...

Rita, minha amiga, você bem sabe que: "Debaixo do céu há um tempo para cada coisa!"
Viver é plantar!!!
A vida é fruto da decisão de cada momento.
Talvez seja por isso que a ideia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver.
Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existência as mais diversas formas de sementes.
Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia,como aconteceu com vocês, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós, será plantação que poderá ser vista de longe.
Para cada dia, o seu empenho. A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que:
"Debaixo do céu há um tempo para cada coisa!"
Para tudo há um tempo, um momento debaixo dos céus; Rita, minha querida Amiga:
Tempo para nascer e morrer;
Tempo para plantar e para arrancar o que foi plantado;
Tempo para matar e para sarar;
Tempo para demolir e construir;
Tempo para chorar, para rir;
Tempo para atirar pedras e para junta-las;
Tempo para dar abraços e apartar-se;
Tempo para procurar outro para perder;
Tempo para procurar outro para encontrar;
Tempo para falar, amar e odiar;
Tempo de guerra outro de paz...
Felicidade talvez seja isso, Rita: "A alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos de Deus!"
Sempre é tempo de lançar sementes...
Sempre é tempo de recolher frutos.
Tudo ao seu tempo.
Sementes de ontem, frutos de hoje,
Sementes de hoje, frutos de amanhã!
Por isso, não percamos de vista o que você andamos escolhendo para deixar cair na nossa terra.
Não tenhamos medo de se olhar no espelho.
E nessa "cara" temos, que Deus resolveu expressar mais uma vez, o amor que Ele tem pelo mundo.
Não desanimemos, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz.
Não coloquemos um ponto final nas nossas esperanças.
Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida.
Ao invés de ficarmos parados no que fizemos de errado, olhemos para frente, e vejamos o que ainda pode ser feito.
A vida ainda não terminou. Vamos em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões.
Deus resolveu reformar o mundo, e escolheu o nosso coração para iniciar a reforma.
Isso prova que Ele ainda acredita em nós. E se Ele ainda acredita, quem somos eu pra duvidar?
Aprendemos com sua pereira, Rita e confirmemos na palavra de Deus segundo Eclesiastes: 3, 1-15;
"Debaixo do céu há um tempo para cada coisa!"

Saibamos que Deus é Tudo em nossa vida, pois é Ele que cuida do nosso tempo.

Beijos,forte e carinhoso abraço!!!

Silvinha

Rita Elisa Seda disse...

Bem que eu me lembro dessa "estória" do papai jogar uma pera na careca do vô... ah! se me lembro. Pelo pouco que entendo dessas pereiras que durante 30 anos vi crescer no sítio, galhos cheios de orquídeas, mas de pera mesmo... NADA! Nem mesmo a poda brusca, nem os pregos, nem a conversa animada da senhora e papai com elas... apenas muitas folhas. Agora elas resolveram se mostrar, não iam perder terreno para duas mudinhas de pereira, iam?! Depois ainda dizem que as árvores não têm sentimentos. Essas pereiras têm! Beijos.

Leticia Seda disse...

A lembrança é uma delícia. Tem cheiro, formas e nos traz alegria.
Tanto a parreira como as pereiras me remetem a uma infancia de alegrias.
Que saudades.
bjos
Leticia

Rita Seda Pinto disse...

Ô Rita Elisa! Seu pai não jogou a pera...Ela caiu no lugar errado! De outra forma ele não ficaria sentido até hoje, coitado!

Maria Rita Sobrinha disse...

Tia
A palavra MARMELO me leva a uma boa infância
A um lugar onde tinha marmelo e pera dura
E com os quais faziam uma bela e deliciosa sopa
A famosa sopa de marmelo que até hoje faço com os marmelos que trago de Delfim quando vou lá em janeiro.
Lembro também de brincar nos campos com pés de marmelos e pera - lugar onde meu pai punha o cavalo para descansar quando chegava do serviço no fim de tarde.
Que marmelos bonitos, grandes, carnudos e saborosos.
Costumávamos também tirar o miolo com uma colher, colocar no lugar açúcar e por no forno do fogão a lenha para cozinhar.
Humm! Era uma delícia.
Pena que não encontramos mais marmelos como antes.
Valeu me lembrar de minha infância. Bjs

Maria Rita disse...

Tia

A palavra MARMELO trás boas lembranças - sopa de marmelo que é feita com marmelo e pera dura.
Até hoje ainda faço.
Quando vou em janeiro para Delfim trago marmelo e pera e faço a sopa.
Tem até vizinhos que comeram e que sempre pedem
Lembro também de na infância pegar marmelo e era dos grandes, carnudos, saborosos.
Tirávamos o miolo com colher e colocávamos açúcar e ponhamos no forno do fogão a lenha para cozinhar.
Huum! Que delícia
Que boas lembranças - Que infância maravilhosa
Beijos

Maria Rita Sobrinha disse...

Tia!
Essa foi longe.
Me levou a infância, e vai longe.
Tempo em que tinha marmelos grandes, carnudos,saborosos.
Apanhávamos do pé, tirava o miolo com uma colher, punha açúcar, e colocava no forno do fogão de lenha para aquecer e derreter o açúcar.
HUMM! que delicia.

Outra é da sopa de marmelo.
Que faço até hoje.
Quando vou em janeiro em Delfim,
sempre trago marmelos para fazer a sopa aqui em casa.
É feita com marmelos e a pera dura.
Que delícia.
Só que nos dias de hoje não encontramos marmelos tão bonitos e gostosos como antigamente.
Ah! a sopa é doce e se come com queijo mineiro fresco.
HUMM! de novo.
Tem até um vizinho que comeu a todo ano pergunta da sopa. Se vai ter quando volto de lá em janeiro.
Valeu!
Como é bom as recordações.
E como é bom a sopa.

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