Uma distinta dama atrás do volante de uma Pajero prata. Musiquinha ambiente, ninguém para dar palpite, mas, que pena! nem para conversar. Confiante, vai deixando para traz os últimos trechos da Fernão Dias para entrar na Paulicéia. Mudara-se para a capital, mais precisamente para a Vila Mariana, há pouco tempo. Diga-se de passagem que nunca entrara dirigindo assim, tão sozinha, na grande metrópole. Mas coragem não lhe faltava. E a necessidade deu também um empurrãozinho... E lá ia ela, curtindo a musica dos anos 60. De repente surgiu um alerta:-Parece que nunca vi esta rua...Um segundo depois percebeu que estava na rota errada. Estava perdida em São Paulo! Por que ainda não inventaram o GPS? Bom, inventar, inventaram, desde a segunda guerra. Não estão ainda comercializando, né dona? Mas foi rodando, rodando pelo asfalto, já aterrorizada, quando, sem nem perceber, fez uma conversão errada e bem na frente de uns guardas de trânsito. Pensou: tô ferrada! E estava mesmo. Nessa hora já se instalara o pânico. Viu um casal de guardas mais adiante e resolveu parar e pedir ajuda. Muito delicado,com certeza porque percebeu a situação de ansiedade da motorista-este era um profissional que entendia de psicologia- foi perguntando onde ela desejava chegar e quando ouviu a resposta informou que ela estava muito longe de casa... Seu guarda, me ensina o caminho, suplicou. -Daqui não tem nem jeito, minha senhora!-Seu guarda, eu já fiquei perdida no Jardim da Luz quando era criança e vim passear com meus pais em São Paulo. EU TENHO TRAUMA, seu guarda! Chama um táxi para mim, pelamor de Deus!!!- Nisso a comunicação entre guardas se fez e ela ouviu aquela voz estridente do outro lado falando que uma Pajero prata estava cometendo infrações perigosas, verdadeiras loucuras. Ficassem alertas! Fez de conta que não ouviu e foi aí que se deu conta de chamar seu filho pelo celular para vir salvá-la. Foi tiro e queda. O guarda ainda perguntava para quê ela queria o táxi, quando, recuperando a calma, senhora de si, lhe disse: -Meu filho está vindo me socorrer. Desceu do carro e esperou junto dos guardas; acendeu um cigarrinho para descontrair e só chorou quando o filho chegou e a abraçou. - Enquanto enxugava as lágrimas para poder enxergar o trânsito, o guarda ainda a ouviu, pedindo ao rapaz para ir devagar para não perdê-lo de vista...Nesse dia ficou curada do trauma de infância! Santo remédio!
Moral:Trauma de infância só se cura com um drama de adulta!
Blog de cronicas e poesias por Rita Seda Pinto.
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- Santa Rita do Sapucai, MG, Brazil
- Esposa, mãe, avó e bisavó. Sou muito família. Aprecio leitura e música. Gosto de ter amigos e conversar. Especialmente com Deus.
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1 comentários:
Escrito pela Sra. fica tudo tão divertido, simples, até romantico.
Mas passe por tudo isso. A noite........ Uma coisa é certa eu fiquei curada sim. Não tenho mais medo de me aventurar em São Paulo. É benção divina. Deus tem a hora certa para nos curar, e eu sou agradecida a ELE.
bj
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