3 de março de 2011 | By: Rita Seda Pinto

Verdade X Fofoca

A espécie humana adora uma fofoca. Muitas vezes basta uma palavrinha, um sinal, para que alguém seja denegrido sem que se tenha base verdadeira. E o pior é que a pessoa em questão quase nunca fica sabendo que seu nome está correndo de boca em boca. Nem sua família. Num retiro que tomei parte, há muito tempo, falando-se em fofoca, foi contada uma historinha de uma pessoa que confessou ao sacerdote que havia cometido esse pecado. A penitência adotada pelo confessor era que levasse um travesseiro de penas na torre da igreja e do alto despejasse seu conteúdo. No outro dia, voltasse. Para completar, deveria catar as penas e refazer o travesseiro novamente... Impossível? Também impossível apagar da memória do povo as fofocas proferidas... Não é à toa que temos uma só boca, enquanto olhos e ouvidos temos aos pares. O que vemos e ouvimos, mesmo que provenha de fofoca, devemos guardar para nós mesmos. E se conhecermos a pessoa que é objeto da falação, ou sua família, que tal abrirmos um diálogo esclarecedor? Amizade se demonstra também nesse momento.O AMOR, segundo a primeira carta de São Paulo aos coríntios, em seu capítulo 13, entre outras verdades, diz que o amor é prestativo, não se alegra com a injustiça e fica feliz com a verdade.Ser prestativo nesse caso é esclarecer, é procurar a verdade para que se faça justiça. Em fofocas pode desaparecer toda a probidade da pessoa num piscar de olhos.- Ele(a) fez isso? Não esperava! Parecia tão santo(a)! É por isso que nossa obrigação é pesquisar na fonte. Isso é ser amigo! Repetir a fofoca é espalhar as penas do travesseiro que nunca mais poderão ser recuperadas. Passar a informação pelos crivos das três peneiras. O que está sendo falado é verdade?Sua veracidade é comprovada?Se não é verdade, não adianta passar para frente. O seu conteúdo traz em si a bondade? Se não traz, não fale! É útil para a pessoa em foco ou para a humanidade? Traz algum benefício?Bem, se não tenho certeza que é uma Verdade, que é Bom, e que tem Utilidade, melhor é calar. Este tríplice filtro é atribuído a Sócrates, sábio da Grécia antiga e que professava respeito a todos. Seja dele ou não, o correto é não passar para a frente um comentário, sem filtrá-lo através das três peneiras.

2 comentários:

Maria Rita Sobrinha disse...

Crivo das tres peneiras.
Veracidade, bondade, beneficio.

Nos dias atuais a maior preocupação
é passar para frente.
Sem se importar que:
A palavra fere mais que uma espada.
Depois de falado, difícil é corrigir o erro.

Mas que para muitos é um bom passa tempo.
E a vida alheia?
Também um passa tempo?

Rita Seda Pinto disse...

Existem pessoas que tem prazer em escafunchar a vida alheia. Mentira ou verdade, falar é o que importa... Dizem que a língua humana é um pedaço de carne sem osso, mas que fere mais que qualquer pedaço com osso forte!

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