1 de junho de 2011 | By: Rita Seda Pinto

Festa marcante para a Paróquia e para a família

Festa marcante para a Igreja e para a família

Rita Seda

Era o ano de 1957. Quinto centenário de Santa Rita de Cássia. Padre José Carneiro Pinto, era o nosso pároco. No vigor de sua mocidade realizou grandes mudanças na paróquia, e nesse ano, na festa. Os festeiros foram Dona Sinhá Moreira e o casal Maristela e Nazareno Renó. Foi uma festa para marcar época. Lembro-me de detalhes interessantes, como os pagens, as Ritinhas, uma nova versão da novena, um bazar montado onde hoje é a loja Schmidt, a coroação do dia 22 por duas Ritas, já idosas. Nesse mesmo ano chegou de Cássia, a imagem de Santa Rita, que se encontra em sua capela, numa urna que é fac-símile da original. Benditas as mãos do artista Sr.Joaninho Constanti, responsável pela sua confecção. No dia 13, primeiro dia da novena, no começo da tarde, uma grande e piedosa procissão levou o Santo Cruzeiro para o lugar onde até hoje se encontra. Tornou-se por algum tempo o “dono do morro”. Atração, à frente de uma enorme paineira. Não havia estrada, foi aberta especialmente. Homens se revezavam para carregar a cruz e o povo recebeu de presente a miniatura do cruzeiro e uma imagem de Santa Rita de Cássia. Ainda tenho a minha! A procissão ia subindo o morro, um enorme cafezal, rezando e cantando. Fogos espoucavam, a banda tocava e eu ouvia tudo... do Hospital Antônio Moreira da Costa. Minha mãe fora operada naquela manhã, com sério risco, pela equipe do Dr.Gabriel Meireles de Miranda, de Pouso Alegre. Gemia de dores, ligada a um tubo de oxigênio. Quando podia, ela dizia:”-Estou queimando! Me acudam!” E tentava levantar as pernas, coisa que meus irmãos impediam forçando seus joelhos. Pobre mãe! Em sua bondade extrema as enfermeiras e religiosas de plantão, para aquecê-la, pois a pressão abaixara muito, colocaram-na sobre bolsas de água fervendo. Quando foram trocar as bolsas, num outro ato de atenção, saíram peles e carnes das suas pernas e cochas, grudadas nas bolsas... Levou um ano para cicatrizar as queimaduras. Andar foi um milagre, pois os tendões ficaram seriamente danificados. Lutadora como era, conseguiu! Ao se sentir perfeita outra vez foi agradecer Nossa Senhora Aparecida com os familiares e amigos. Condução grátis para todos, num caminhão do Rodoviário São Cristóvão, de propriedade de seus filhos e que tinham costume de fazer esse tipo de transporte. Era assim: adaptavam bancos na carroceria e faziam uma cobertura de lona. E dá-lhe poeira pelas estradas sem asfalto! Hoje, mal se vê o Santo Cruzeiro, em meio às antenas que foram lhe fazer companhia...Mas eu o vejo, da minha janela e me perco em recordações.

1 comentários:

Silvinh@ disse...

Que lindo, querida Rita!!!
As Festas Tradicionais dos Santos de Nossa Igreja, ainda existem, mas como neste tempo em que você descreve, nunca mais...
Que pena, né!!! Bem... falo por aqui, no interior de São Paulo...
Acredito que por aí ainda se conserva muitos costumes e tradições do nosso lindo povo brasileiro e suas crendices...
Acho isso tudo muito lindo e significativo para nós cristãos!!!
Imagino as recordações que você traz dentro de si, amiga!!! E como!!!

Beijos, forte e carinhoso abraço!!!

Silvinha

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